Fui à praia, mergulhei com o escuteiro e o baterista, mas depressa me arrepiei e saí do mar. Subo à praia e não me revejo naquele sítio, e onde pareciam estar as nossas toalhas, tudo era inundado de um grande vazio. Azo a pensamentos como:
-“Bem, novamente uma ida à esquadra do Campo Grande, o que é isso, não seria a primeira vez! Já lá devo ter ficha!”
-“Mudar a fechadura de casa, novamente!”
-“O telemóvel, Cristina, porque é que ainda não passaste os contactos para uma agenda?”
-“A minha roupa, e pior, como regresso a Lisboa?”
-“As bolachas e as uvas, não me causam qualquer tipo de mossa…”
Fora pensamentos, resolvo tirar o escuteiro do mar e novamente buscar pelas nossas coisas, o escuteiro começa a ficar nervoso e eu também. Subitamente uma música invade a minha cabeça e põe-me a rir: como é que eu hei-de, como é que eu hei-de ir embora, com as perninhas todas à mostra e os marmelinhos quase de fora. E repetiu-se, repetiu-se, até que encontrámos a nossa identidade no meio da praia.