30 de Setembro

Aparentemente esta é uma data como todas as outras e como coincide com a data de hoje podia até estar a escrever um post de efemérides, mas não estou. 30 de Setembro é o que eu chamaria um limiar, o que distingue os normais dos anormais. Entrei na escola com 5 anos, pertenço portanto aos anormais que nasceram depois de 30 de Setembro e por isso todos os anos até ao sexto ano fui submetida a idas ao psicólogo somente e exactamente por ultrapassar o limiar desta data. Sempre fui a melhor aluna da turma, mas isso não era o suficiente porque para eles eu era a menina que tinha entrado com cinco anos, um ser atípico. Erguia o braço quando ouvia a pergunta “quem nasceu depois de 30 de Setembro de 1980”, depois levantava-me e saía da sala.

Frame a preto e branco [15]

O sabor da melancia, de Tsai Ming-liang

Frame a preto e branco [14]

Mysterious Skin, de Gregg Araki

I WAS LOOKING BACK TO SEE IF YOU WERE LOOKING BACK AT ME TO SEE ME LOOKING BACK AT YOU…

PROCURA-SE: Mike Patton

(re)encontro no coliseu

OM MANI PEMÉ HUNG HRI

O que não me destrói torna-me mais forte (Nietzsche)

in Dalai Lama – o poder do bom coração

Flirt

Comecei desde cedo a lê-lo com o Eça. Não me recordo se ele o tombava com um itálico ou se o mantinha aprumado. Lia-o, questionando o seu significado e lia-o com um “i” bem arrastado e acentuado de quem quer demorar a pronunciar para ver se consegue arranjar um sinónimo adequado àquele contexto. Interrogava-me se seria algo sensual ou sexual, procurava-o no meu primeiro dicionário forrado com papel embonecado mas este não me sabia responder. Gradualmente fui percebendo, primeiro em leituras e depois com o rapaz do liceu, do campismo, da praia, da discoteca, da noite, das ruas, do metro. Gosto tanto da palavra como do seu significado, flirto e sou flirtada e admito que este post, também ele, não passa de um flarte.