sussurros de lullaby

Entre o kitsch e o cliché, ao som imaginário de I Love You… Nor Do I de Nick Cave e Anita Lane

terça-feira, agosto 30, 2005

Correntes

Fui à praia, mergulhei com o escuteiro e o baterista, mas depressa me arrepiei e saí do mar. Subo à praia e não me revejo naquele sítio, e onde pareciam estar as nossas toalhas, tudo era inundado de um grande vazio. Azo a pensamentos como:

-“Bem, novamente uma ida à esquadra do Campo Grande, o que é isso, não seria a primeira vez! Já lá devo ter ficha!”

-“Mudar a fechadura de casa, novamente!”

-“O telemóvel, Cristina, porque é que ainda não passaste os contactos para uma agenda?”

-“A minha roupa, e pior, como regresso a Lisboa?”

-“As bolachas e as uvas, não me causam qualquer tipo de mossa…”

Fora pensamentos, resolvo tirar o escuteiro do mar e novamente buscar pelas nossas coisas, o escuteiro começa a ficar nervoso e eu também. Subitamente uma música invade a minha cabeça e põe-me a rir: como é que eu hei-de, como é que eu hei-de ir embora, com as perninhas todas à mostra e os marmelinhos quase de fora. E repetiu-se, repetiu-se, até que encontrámos a nossa identidade no meio da praia.

1 Comments:

  • At 10:08 da manhã, Blogger Joana said…

    Confesso que nessas alturas nunca entro logo em pânico. Tive uma infância feita de banhos de mar de 2h onde invariavelmente era arrastada pelas correntes ao longo da praia, sem me aperceber que o chapé-de-sol com gomos de côr que me servia de referência já era outro qualquer que não o dos meus pais. Depois, vai de marchar para terra, ver para que lado puxa o mar e insistir na caminhada em sentido oposto. Mas, sempre que acho que perdi o telemóvel (e eu tenho seeempre malas grandes...) a primeira coisa que me vem à cabeça é f***-se, pq não copiei a merda dos números do telemóvel...

     

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