sussurros de lullaby

Entre o kitsch e o cliché, ao som imaginário de I Love You… Nor Do I de Nick Cave e Anita Lane

sexta-feira, março 24, 2006

FIM

Cenários. Lugares onde se passam factos, uma dimensão que se estende ao longo do espaço real. O espaço envolve-nos e é nos apresentado de diferentes formas, são cenários dentro de cenários. A arquitectura preenche-os ou constitui-os, exprime significados, sugere intenções e dá sentido a um lugar.
Percorremos cenários, absorvemos na sua plenitude as sensações espaciais e depois deixamo-nos embrenhar nas suas zonas mais densas e contemplamos individualmente o que forma um conjunto de um cenário colectivo. Surgem-nos referências a um passado, a um presente, a vivências e experiências.
Cenários fixos, que se mantém firmes na passagem de um tempo, que permanecem pelo seu significativo interesse, pelo carácter histórico, ou vêem em si uma paisagem inviolável, uma natureza primária que sustenta a sua essência. Cenários mutáveis, que passam por várias transformações que adquirem novas experiências espaciais, criando novos domínios enquadrados no contexto cénico, com um valor renovado.
São espaços passíveis de uma transformação, uma metamorfose que reinterprete os elementos preexistentes e que estruture articulações espaciais e formais. Cenários habitados, não habitados, cenários urbanos e paisagísticos, cenários teatrais, cenários íntimos e imaginários preenchidos por uma arquitectura, preenchidos por experiências.
Sabemos que vivemos neles e vivemos deles, atribuímos-lhe um papel eterno e identificamos-lhes um transporte para uma memória pessoal. Actuamos nos cenários.