sussurros de lullaby

Entre o kitsch e o cliché, ao som imaginário de I Love You… Nor Do I de Nick Cave e Anita Lane

domingo, junho 11, 2006

Marcha do Bairro Alto

Sou o Bairro Alto
E olho sempre de alto
Prás tristezas que Lisboa tem
Sou o Bairro Alto,
Pronto a dar o salto
Para um tempo novo que aí vem
Todo o bom filho sai
Conforme os pais que tem
O Fado é meu pai
Lisboa, minha mãe
E eles cantando
Vão-me preparando
Para um tempo novo que aí vem...

Nem quando foi dos terramotos do Marquês
Nem com as maldades que o Fado sempre lhe fez
Do Bairro Alto, cá no alto, eu vi Lisboa a chorar
Deu sempre a volta, pôs-me à solta e ensinou-me a cantar

O tempo corre, mas a vida continua
Lisboa morre por sair comigo à rua
Fez uma marcha ao meu jeito
Vestiu-me a preceito
E cá vou eu a desfilar

Nem quando foi seu coração incendiado
Ou quando viu o Parque Mayer apagado
Do Bairro Alto, cá no alto, eu vi Lisboa a chorar
Do que era pranto, fez um canto e ensinou-me a cantar

O tempo corre, é a marcha desta vida
Lisboa morre por ver a sua Avenida
Cheia de gente tão diferente
A ver-me tão contente
Por ela abaixo a desfilar

Na voz de Camané