Entre povos, no Porto
O Porto criou o senhor Américo, empregado de mesa num restaurante da Ribeira, tem uma mulher (“a sántinha) e um filho (“o ánjinho”), mora em Gaia (“está a ber aquela árvore em frente, está a ber as persianas fechadas é aí que bibo mais a minha sántinha”), décimo sétimo de 22 irmãos com um pai e duas mães, benfiquista desde pequeno, sócio e frequentador de estádio, campeão de matraquilhos, não bebe (recusou o meu convite para nos acompanhar nuns finos), porque tem uma pancreatite, foi operado há nove anos desde então não bebe, recuperou de uma vida de boémia, directas e de 27 cafés por dia (“agora já só bebo seis”), é um falador nato, tem um excelente ouvido e um sentido de humor contagiante. Muito mais o senhor Américo quereria ter-me contado, mas só teve o tempo de um longo jantar.
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